VIAGEM AO LITORAL DO NORDESTE

Projeto: Rodar pelo litoral do Nordeste, saindo de Uberlândia em Minas Gerais e passando por Goiás, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e de volta para Minas.

Saímos de Uberlândia dia 28/05, as 06:30, uma sexta feira com clima agradável, bom para rodar de moto. O projeto era rodarmos o litoral que banha o nordeste do país, para isso fomos em quatro motos, sendo: Wesley, em uma BMW R1200GS Adv, Marcelo Resende, em uma BMW R1200 GS triple Black, Damião, em uma BMW F850GS Adv e Marcelo Nunes em uma Versys 1000. Não levamos garupa e pela ideia inicial levaríamos entre 22 e 24 dias para percorrermos todo o trajeto, que deveria iniciar em São Luis – MA, e irmos até Porto Seguro – BA.

Logo na chegada ao posto, onde nos encontramos para sair, tivemos a grata surpresa de encontrar vários amigos do UBT que foram se despedir de nós, o que aumentou ainda mais nossa ansiedade e alegria pois estaríamos representando toda essa galera do UBT, ah, detalhe, apenas eu conhecia a todos que fariam a viagem, eles se conheceram apenas nesse momento.

Rodamos até a entrada de Goiânia , onde desviamos para pegar a 153, rumo a cidade de Gurupi, no Tocantins, onde faríamos nossa primeira parada para dormir. Paramos para almoçar em Jaraguá, em um posto onde abastecemos. Creio que o fato de atrasarmos em meia hora nossa saída de Uberlândia e de ficarmos muito tempo conversando qdo parávamos para abastecer contribuiu para que perdêssemos tempo e assim acabamos ter de rodar um pouco a noite, chegando a Gurupi as 19 horas, já bastante escuro na rodovia e tendo de enfrentar um trânsito forte de veículos, principalmente caminhões.

Em Gurupi ficamos no hotel Via Norte a beira da rodovia, com estrutura simples mas boa, jantamos lá mesmo no hotel.

Dia 29/05

Saímos de Gurupi as 07:30 ( o combinado era sairmos às 07) e seguimos rumo a Imperatriz-MA. O dia foi tranquilo, sem incidentes, só um calor avassalador, paravamos a cada 230kms aproximadamente, aproveitando para esticar as pernas, ir ao banheiro e tomar uma água. Almoçamos por volta do meio dia, não lembro o nome da cidadezinha, mas foi em um restaurante simples na beira da rodovia, comida caseira simples e gostosa, Damião comeu um Chambari (canela de boi) diz ele que estava muito boa mas ninguém mais encarou não…rss, 

Chegamos a Imperatriz as 18:30 e nos hospedamos no Ibis Hotel, com preço bacana e ótimo café da manhã, a noite saimos para jantar mas a cidade toda parava as 22:00 daí não pudemos ficar até muito tarde , mas foi legal, com todos entrosados a conversa rolava solta, turma se deu bem.

Dia 30/05

Saímos de Imperatriz quase oito da manhã, pessoal já estava sentindo o cansaço da viagem, creio que o que mais afetava era o calor, rodamos até uma da tarde e paramos para almoçar em um restaurante, na verdade uma casa, na beira da estrada, comida boa e novamente Damião arrisca e experimenta uma carne de bode feita no leite de coco, eu fui de galinha caipira e os outros dois de churrasco. Comida simples mas muito boa também. Na rodovia, após Açailândia a região ficou muito bonita, com bastante vegetação, serras cobertas de verde. Tudo muito bonito. Depois de Santa Inês apareceram os “famosos buracos maranhenses”, a rodovia completamente destruída e com um tráfego intenso de veículos. Foram 100kms com velocidade reduzida embaixo de um calor infernal. Mas valeu, não tivemos nenhum imprevisto.

Logo na chegada a São Luís alguns irmãos do Bodes nos aguardavam, foi uma bela recepção. Chegamos no hotel por volta das dezoito horas escoltados pelos irmãos do Bodes. Foi a conta de fazer chekin e irmos pra piscina que o calor era muito forte. As 20:00 fomos jantar com o pessoal do Bodes que tinham vindo do Rio de Janeiro e depois descansar desses três dias de estrada.

Dia 31 fomos logo cedo para a cidade velha, conhecer o mercado e um pouquinho dos pontos turísticos da cidade, estivemos no museu gastronômico e fomos muito bem recebidos pelas mulheres que trabalham no local, onde também a um centro de informações. Acabamos almoçando em um pequeno restaurante que o pessoal do museu nós indicou, valeu demais pois a comida estaca muito boa. A noite fomos a um bar próximo ao hotel, o cansaço era muito e não dava para irmos longe…kkkkk

Dia 01/06

Conseguimos sair do hotel sete e meia da manhã, rumo a Jericoacara-CE. A estrada era relativamente boa, não tinha tantos buracos mas era pista simples, com muitas pessoas e veículos circulando. Algumas coisas que notamos foi o fato de os moradores da região se manterem do lado esquerdo da via, rodando devagar, tanto carros quanto motos, nós obrigando a ultrapassar pela direita. Ah, os motociclistas também não usavam capacetes e pilotavam como se desconhecessem completamente as leis de trânsito, eles entravam na rodovia do nada, bem nossa frente, tínhamos que redobrar os cuidados. Quebra molas é outra coisa que não faltava, tinha tantos que pareciam competir com os buracos. Paramos para almoçar em Barreirinhas, capital dos Lençóis Maranhenses, perdemos muito tempo ali o que nos obrigou a rodar um bom tanto a noite, até porque as 18 horas já estava completamente escuro. Acabamos nos separando pois dois aceleraram um pouco mais e pararam muito a frente para nós aguardar e eu e Nunes passamos sem vê-los. Mas continuamos rodando sabendo que nós encontraríamos em Jijoca.

Se não fosse por um motorista que trabalha como guia levando pessoas de Jijoca para Jericoacara, que estava com uma placa na beira da rodovia teríamos passado direto pois não tem placas na entrada da cidade. Esperamos junto com o guia e meia hora depois os outros dois chegaram, seguimos com o guia para deixar as motos no estacionamento e ele nos levar para Jericoacara. Realmente não seria possível atravessar o areial com as motos, principalmente a noite.

Em Jericoacara chegamos por volta de oito da noite, nos hospedamos na Pousada do Maurício, embora o guia quisesse nós levar para outra pousada a todo custo, foi uma ótima escolha que fizemos (indicação do Leonardo do UBT) pois o Júnior, atendente da pousada nos recebeu super bem e já nos serviu uma macarronada pois viu que estávamos com muita fome. Infelizmente havia toque de recolher as 22horas e fecharam todos os bares e restaurantes. Tivemos que deixar para andar na vila no dia seguinte.

Ao amanhecer tomamos um ótimo café da manhã e seguimos com o guia para fazermos um passeio e conhecer alguns pontos turísticos da região, como Pedra Furada, Buraco Azul, Lagoa Azul e as Dunas. O que realmente gostamos foi a Lagoa Azul, onde tinham redes dentro da lagoa com água quentinha e belos restaurantes. Lugares muito bonitos mas a Lagoa Azul doido ápice, recomendo demais. Chegamos na pousada por volta das 18:30, tomamos banho e fomos dar uma volta na vila que estava lotada, com diversos barzinhos e música ao vivo.

Dia 03/06

Como havíamos combinado com o motorista, saímos às sete de Jericoacara, para estarmos as oito saindo de Jijoca, mas o sujeito não parava de falar de política e pra piorar ainda diminuiu a velocidade, fazendo com que chegasse nós quase nove da manhã em Jijoca, nos obrigando a sair às dez da manhã. Mas blz, passado essa frustração seguimos para Fortaleza, onde chegamos ao meio dia, minha família (esposa, filho e namorada dele) chegaram logo depois de nós.  Ainda na rodovia fomos recepcionados por dois irmãos do Bodes que nos acompanharam até o hotel. Após todos nós ajeitamos fomos para a Praia do Futuro, na barraca do Chico Caranguejo, top demais!

Almoçamos e ficamos até tarde por lá, ah, quem nós acompanhou dessa vez foi meu amigo Tiago, que morou comigo em Uberlândia. Dia seguinte fomos para Canoa Quebrada, andar de bugue nas dunas, andar de jangada e descer tirolesa. Foi top demais , passamos o dia todo por lá.

No sábado voltamos para praia do futuro e no domingo fomos para Cumbuco, praia top também.

Dia 07/06

Saímos cedo para Natal, e ficamos em uma pousada bastante simples em Ponta Negra, onde fomos recebidos pelos Bodes do Asfalto Jaime e George. A noite o Jaime, do Bodes do Asfalto, foi nos encontrar e nos levou para um restaurante onde jantamos e demos boas risadas.

Dia 08/06

Já no dia seguinte Jaime foi cedo nos encontrar e levar para um passeio em algumas praias e pontos turísticos, ficamos encantados com tudo que vimos, um local mais top que o outro. Do passei já seguimos para praia de Pipa e Jaime nós acompanhou o tempo todo. Local fantástico, gostamos demais da pousada Cavalo Marinho. Jaime voltou ainda no mesmo dia para Natal e nós curtimos um pouco da cidadezinha e seus bares.

Dia 09/06

Saímos cedo para Porto de Galinhas, passando por João Pessoa, onde almoçamos no restaurante Mangai, excelente! Como por conta da Pandemia a cidade estava fechando tudo as 16:30, almoçamos e seguimos para Porto, onde chegamos por volta das 18:00, já escuro e com uma chuvinha fina. Nos hospedamos na pousada Quatro Estações, que também indicamos.

No dia seguinte fomos cedo para praia e as 14 alugamos um bugue que nos levou para conhecer algumas praias da região, em nossa opinião foi um passeio desnecessário, pois não tinha muita diferença de onde estávamos e pra todo lado estava tendo obras de construção e com isso ficou tudo muito feio. Chegamos na pousada já umas dezoito horas e foi a conta de tomar um banho e ir pra o centrinho pra comer algo pois os bares estavam fechando as nove da noite.

11/06

Levantamos cedo, tomamos um bom café e já seguimos para Maceió, nos hospedamos em frente a orla no hotel Vistamar, não indicamos pois o quarto era muito pequeno, banheiro com iluminação horrível e o pior, o recepcionista do segundo dia era muito, mas muito preguiçoso…kkkk atende super mal. Ainda durante a tarde fomos a um restaurante, Coconut, próximo ao hotel e ficamos por lá até bem tarde, de lá fomos comprar alguns artesanatos, parte bacana da viagem.

12/06

Seguimos cedo para Aracajú, mas antes paramos na Praia do Peba, para encontrar com Warley, um irmão do MCBDA que mora em Arapiraca, uns 100 kms do local onde nós encontramos. Nessa praia tivemos algumas surpresas, o mar belíssimo, com água quentinha e um peixe muito gostoso que o pessoal do bar preparou para nós, foi top. De lá ainda nos levaram para comer pastel na foz do Rio São Francisco, pensem em um local bacana e as pessoas super agradáveis. Já eram umas três da tarde qdo seguimos para Aracaju, ainda tivemos que pegar uma balsa em Penedo para atravessarmos para Sergipe. Pegamos uma pousadinha muito simples em Aracaju, nem café da manhã eles tinham. Foi a conta de dormirmos mesmo para sair já no dia seguinte o mais cedo possível.

13/06

Saímos cedo de Aracaju, com o estômago roncando de fome, rodamos pela orla o qto pudemos, mas acabamos tendo de pegar a rodovia, até porque a ideia era parar em um posto e tomar os um café, mas eis que logo encontramos um grupo de motociclistas que estavam tomando café em um restaurante na beira da rodovia, turma top e por coincidência alguns participavam do face do Ubt. Foi um ótimo encontro.

Saímos com a ideia de pegar o ferry boat em Salvador que nos levaria para Valença, mas aí chegarmos no atracadouro e soubemos que estava fechado aos domingos. Tivemos que sair da cidade e seguir de moto pela 101 até Valença, pegamos chuva e um breu total, o sol baixou pouco antes das cinco e ficou muito difícil enxergar, tivemos que reduzir bastante a velocidade e assim evitar qualquer acidente. Chegamos umas seis da tarde e nos hospedamos no hotel Líder, em um posto de combustível, já em Valença.

Dia 14/06

Seguimos cedo para Morro de São Paulo. Tivemos que deixar as motos em um estacionamento, pagamos dez reais por moto, aconselho a dar uma pesquisada antes pois tem vários estacionamento e alguns cobram até 20,00 por dia, e atravessamos a balsa para conhecer a famosa ilha. Pegamos o barco de 12,00 que leva uns 40 min. Mas tem uma lancha de 20,00 que é bem mais rápida.

Ficamos na pousada Ilha do Sol, em quartos duplos de frente para o mar a 200,00 a diária do quarto.

Não vi dificuldades para andar na vila, embora sejam ladeiras não é nada muito exagerado mas para quem não quiser fazer esforço pode contratar um carregador para as malas, cobram algo em torno de 20,00. Não quisemos que carregassem nossas bagagens, mas pagamos um rapaz que nos levou para escolhermos a pousada. Valeu a pena, pois nos levou em uma pousada bem legal, simples mas aconchegante, bem pertinho da praia.

Da pousada descemos para a praia, coisa de 20 metros. Almoçamos em um dos restaurantes a beira mar, os preços giram em torno de 100,00 a refeição e as bebidas em torno de 20,00. Um pouco acima do normal mas vale a pena.

A noite, tanto na vila quanto na praia é muito legal e bonita, tudo muito tranquilo e muitas famílias e casais passeando.

Dia 15/06

Tomamos café logo cedo para podermos atravessar para o continente o quanto antes. O objetivo era tentarmos rodar até Salinas, algo em torno de 600kms.

Chegamos no hotel Sabor de Minas, em Salinas, já no final do dia, por volta das 18:00. Além de hotel, eles tem também restaurante com fogão a lenha e posto de combustível. Os quartos e comida são muito bons.

Dia 16/06

Levantamos cedo e por volta das 07:00 já estávamos nas motos, prontos para rodarmos e tentar chegar em Uberlândia, seriam algo em torno de 845 quilômetros e sabíamos que as estradas tinham um tráfego pesado de veículos, principalmente caminhões.

Infelizmente na entrada de Montes Claros nos perdemos uns dos outros no trevo da cidade e acabamos por nos separar, na confusão acabamos entrando para dentro da cidade e foi um caos até que conseguíssemos sair, não foi possível mais nos encontrarmos. Conseguimos chegar todos bem a Uberlândia, Damião, Marcelo Resende e Marcelo Nunes ainda conseguiram se reencontrar em Patrocínio, já eu não consegui e depois descobri que estava bem a frente deles.

Acabamos chegando ainda durante o dia em Uberlândia, foi uma viagem sensacional, sem desentendimentos e também sem problemas com nossas motos, nem mesmo um pneu furado. Foram rodados em torno de 7.000kms, tirando algumas travessias de balsa e lancha. Agora, é aguardarmos as próximas.